18 março, 2007

sim(?) dança, Não (?) dança ????

6 comentários:

Terra disse...

Olá Vera,
Vim agradecer a tua visita.
Vi esta imagem e .... não entendo o que pretendes com ela. Algo que se esteja a passar no teu país ou... discutir o que pode ou não ser considerado dança?
Para já, e para mim, dança é sempre um acto consciente.
Paralelamente, podemos falar em movimento estruturado, etc....
Foi só para começar... :-)
Bjs

Vera Marcellino disse...

Phwo, a imagem tem a ver com uma palestra que uma professora deu no Instituo de artes da unicamp pretendendo "vetar" algumas performances como possibilidade de dança. tentei colocar mais como um protesto, já que corpos, ainda que sem vida, podem nos remeter a tantas emoções e tocar tão intimamente que não podem deixar de ser considerados arte, ainda que seja uma imagem como arte visual, coloquei como provocação mesmo.

Vera Marcellino disse...

Oi querida, complementando, sim, algo consciente, no caso, o artista plástico que reuniu esses fetos.

Considero que não podemos deixar de considerar linguagens corporais ou aqueles que delas se utilizam restringindo o conceito de dança apenas aos códigos já estabelecidos em linguagens do século que se findou, sendo que nosso riquíssimo século XX inaugurou tantas possibilidades em linguagens.
Que iniciemos um séc. XXI mais antenado com a liberdade. O que achas?

Terra disse...

Vera,
Sim, tens razão; claro que os conceitos também vão mudando. No entanto eu gosto de usar uma "categoria" (utilizada por um meu ex-professor de Estética) que são as "artes do corpo", onde, para além da dança, poderão ser incluídas outras manifestações em que o corpo (activo ou, eventualmente não) são o centro.
Este conceito parece-me bastante abrangente e resolve, de certa forma, esta questão do que é e não é dança, já que o corpo é hoje protagonista de outras acções artísticas que, em definitivo, não são dança. (Estou a lembrar-me do teatro físico ou das performances corporais, por exemplo)
E isto, que aparentemente pode parecer limitativo, é, antes pelo contrário, bastante democrático, ou seja, tudo o que o corpo faz não é obrigatoriamente dança, o que não descarta a p+ossibilidade de ser artístico.
O que te parece?
Abraço p ti.

Terra disse...

Também para complementar (ehehehheeh), eu aqui em Angola, onde a tendência continua a ser para o "tradicionalismo genuíno do folclore", também me confrontei com o facto de algumas propostas minhas para uma linguagem contemporânea para a dança em Angola fossem vistas como não dança e até postas em questão. Mas a dança contemporânea (que aqui chegou pela mão da CDC, companhia que fundei) foi recebida, um pouco por toda a parte, com as reservas esperadas de um público mais ou menos conservador (dependendo dos contextos sociais).
Foi assim em todos os tempos (lembro a reacção do público parisience ao "Sacre du Printemps" de Nijinsky com a revolucionária música de Stravinsky!).
cabe-nos a nós, fazedores de arte, ser pedagógicos e compreensivos.

Vera Marcellino disse...

Essas coisas se desdobram mesmo.
A questão, como disse, me incomodou, não gosto dos rótulos, prefiro contar sempre com as possibilidades.
É claro que colocar em "categorias" ajuda, considero importante comentar sobre e analisar quando não estamos nós mesmos a fazer a coisa -porque nesse caso o processo é outro - mas, insisto, dizer: "isso não é"; torna-se arrogante, e para mim não caberia no Instituto de Artes de uma universidade.
Por me incomodar e não ter dito nada no momento adequado, acabei fazendo essa pequena provocação aqui.
Pena que em Angola você tenha passado pelo que me conta, mas, pelo que vejo em seu blog, você é bem contemporânea e faz um trabalho atual, se não se der bem por aí, tem tudo para viajar o mundo.
Aproveite.
Bjos.